DISCIPLINA COMO INSTRUMENTO PARA O ENSINO E EDUCAÇÃO
15/06/2013 08:43
A disciplina é a capacidade de atuar ordenada e perseverantemente para conseguir um bem (resultado). Exige ordem (organização) e alinhamentos para que possam alcançar mais rapidamente os objetivos desejados, suportando os incômodos que isso talvez ocasione. A principal necessidade para adquirirmos este valor é a auto-exigência, ou seja, a capacidade de pedirmos a nós mesmos um esforço “extra” para fazermos melhor o que nos propomos. O que sabe exigir de si mesmo, torna-se compreensivo com os demais e aprende a trabalhar e dá sentido a tudo o que faz. A disciplina é indispensável para que optemos com persistência pelo melhor dos caminhos, ou seja, pelo que nos dê consciência para reconhecer os deveres próprios que nos levam a ação.
O problema é saber o que vai preparar melhor a criança para seu futuro papel de cidadão. Será o hábito da disciplina exterior adquirido sob a influência do respeito unilateral e da coerção adulta, ou será o hábito da disciplina interior, do respeito mútuo e do autogoverno? (PIAGET, 1994, p. 270).
Este valor é fundamental e básico para poder aflorar outras virtudes, sem disciplina é praticamente impossível ter força e equilíbrio diante de adversidades que se apresentam no dia-a-dia. Sempre devemos estar cientes do objetivo que queremos alcançar, nos propomos alcançar; isso nos faz eficazes. Ser eficaz é a capacidade de produzir resultados, não deve se dar apenas nas áreas em que produzimos coisas, mas também produzir resultados com alunos, pais, filhos, irmãos e como cidadãos.
Os pais [professores] podem ler durante décadas minha teoria, as idéias de Piaget, a psicanálise de Freud, as inteligências múltiplas de Gardner, a filosofia de Platão, mas, se não conseguirem encantar, ensinar a pensar e conquistar o armazém da memória dos seus filhos [alunos], nenhum estudo terá aplicabilidade e validade. (...) Bons professores corrigem os comportamentos agressivos dos alunos. Professores fascinantes resolvem conflitos em sala de aula. Entre corrigir comportamentos e resolver conflitos em sala de aula há uma distância maior do que sonha a nossa nobre educação. Pais e professores estão perdidos no mundo das suas salas. Os professores estão confusos dentro da sala de aula. Os pais estão sem direção dentro da sala de casa. Não podemos aceitar que o lugar em que os jovens menos aprendam experiências de vida seja dentro desses dois ambientes. (...) Aprendam a dar tapas com luva de pelica no coração emocional de quem vocês amam. Precisamos acordar nossas crianças e nossos jovens para a vida. O afeto e a inteligência curam as feridas da alma, reescrevem as páginas fechadas do inconsciente. O grifo é do autor. (CURY, 2003, p. 35, 75, 77-78).
Tudo isso se reflete quando nos entregamos a uma tarefa ou trabalho ou quando alguém espera de nós, um resultado. Isso implica que devemos ir além das boas intenções a fim de produzir o resultado esperado, precisamos ser eficazes. A disciplina tem o valor da harmonia, porque mantém as coisas em seus lugares e proporções.
Como seres humanos, devemos nossa própria harmonia de ser, pensando e atuando sempre em relação a alcançar êxito. Para conquistar esse valor, temos que começar por aproveitar nossa necessidade de ordem em casa, e para isso, termos lugar para cada objeto, mantendo-os sempre em seus lugares. Também podemos praticar a ordem no falar, no vestir e em nossos pertences.
Há varia formas de disciplina, mas em geral a disciplina é um comportamento humano, como tal é um comportamento com uma certa liberdade que se rege por certas leis ou regras. Em uma instituição de ensino a disciplina pode se expressar como comportamento no qual o aluno é regido pelas leis de respeito ao professor e para com seus colegas de aula e outros do convívio escolar.
Se levarmos em conta o que está escrito no texto acima, temos como resumo: a disciplina na escola é a forma pela qual o estudante de certa forma mostra respeito ao respectivo professor e colegas.
A disciplina ou a indisciplina se dá por diferentes fatores como são o meio ambiente e as pressões que sofrem os educandos.
Uma pessoa pode ter falta de disciplina quando se encontra debaixo de certa libertinagem; tomemos em conta que a liberdade de um acaba, quando começa a liberdade do outro, assim que tanto o educador como o educando, merecem respeito, no entanto as vezes o educador sufoca a liberdade do educando, e há casos em que o educando abusa da sua liberdade ocasionando uma violação da liberdade do educador.
Portanto se o educador assim como o educando merece respeito, faz-se necessário que haja disciplina. A disciplina é a entrega de lealdade a certas condições impostas por algo ou por alguém, a indisciplina é a deslealdade ou falta de respeito a essas condições.
Muitos fatores podem e certamente contribuem para a indisciplina. As vezes os alunos têm várias horas livres e seu estado de ânimo fica alterado quando chegam à sala e se deparam com uma aula enfadonha.
O professor faz uma graça para descontrair a aula e o aluno não respeita a hora em que a brincadeira acaba. O método de ensino do professor talvez se torne chato para o aluno, ele tentando mudar isso faz o possível para chamar a atenção de outros.
Às vezes o professor está aborrecido e tenta ensinar os conteúdos muito mais rápido que o de costume. O aluno volta do recreio esgotado fisicamente e ainda tem que suportar mais uma ou duas horas de aulas, quando seu desejo é descansar, física e intelectualmente.
Os professores às vezes dão uma grande quantidade de matéria sem nem um pequeno intervalo, outras vezes, chegam tarde na sala de aula, permitindo espaço ocioso aos alunos nem sempre bem aproveitados.
Outras tantas situações poderiam ser listadas, mas as que aqui se mencionam são suficientes para ilustrar que muitas vezes a indisciplina começa quando se permite que se criem situações a ela.
O ensino está relacionado diretamente a educação. Tem-se debatido sempre sobre se a educação pode dissociar-se do ensino. É difícil que possamos dissociar o ensino da educação e vice-versa, já que ensinar não é apenas uma atividade, de fato ensinamos desde que entramos na sala de aula, como caminhar, falar, comportar-se dentro da sala, a saudação na chegada a sala, até a criação do ambiente propício ao ensino propriamente.
É muito difícil separar o ensino de outras atividades semelhantes. Por exemplo: se informarmos ao aluno que ele está de castigo, o modo como o fazemos vai estar ensinando algo, o modo como nos vestimos, nos comportamos, sempre vai estar ensinando. Para poder entender como se deve dar o ensino é necessário que identifiquemos corretamente, e de maneira bem clara o que este significa, e, sobretudo que faculdades do homem são o objeto formal da nossa ação; para que esta seja levada a termo de uma maneira correta deve haver alguém que queira aprender e que tenha a intenção de fazê-lo, além de que entre o professor e o aluno haja uma relação especial.
Se não existe a intenção de aprender, qualquer coisa que o professor faça não será suficiente e dificilmente se dará a aprendizagem. É importante que quando se queira ensinar se prepare de maneira exaustiva o que se quer transmitir, devemos nos lembrar a quem nos estamos dirigindo, em que nível, que característica apresentam as pessoas que vão nos escutar. Ainda que a faculdade de entendimento e vontade façam, parte de todo ser humano, não se pode tratar a todos da mesma maneira. Às vezes aprendemos mesmo sem querer, porém normalmente para que haja aprendizagem é preciso que haja vontade ou intenção.
É possível aprender sem gostar? Sim, um aluno talvez não goste de matemática, por que não gosta do professor, não obstante ira aprender mesmo não gostando.
No entanto o ensino não necessariamente terá êxito, pode-se ás vezes ensinar o dia inteiro sem que o aluno realmente aprenda, isso se dá em função do estado de espírito do aluno, talvez não esteja imbuído do espírito de aprendizagem ou seu interesse esteja focado em outras coisas, talvez até abstratas.
É muito difícil ensinar em especial se não houver um bom relacionamento entre professor e aluno, por isso o educador precisa saber desenvolver uma boa relação de amizade, respeito, responsabilidade, reconhecimento, intenção, compromisso e prazer com seus alunos para que possa contornar situações em que não há disposição para a aprendizagem. Isso torna professor e alunos parceiros no projeto de aprender. A irresponsabilidade não será admitida sob pena de perdermos o vínculo que une professor-aluno.
O homem é por natureza um ser educável, sua educação envolve todos os aspectos morais, religiosos, de valores e princípios. O ensinar de maneira adequada, não implica necessariamente que estejamos educando, mas se o aluno aprende, se estará ensinando.
Para a transmissão de conhecimento e habilidades – embora se possa aprender de maneira independente, a presença do professor torna a tarefa mais fácil e se perde menos tempo, tendo o apoio de um mestre. A educação envolve o ensino, mas nem todo ensino envolve educação.
O treinamento é semelhante ao ensino e doutrinação á educação. Preparar e instruir, ensinar e aprender são palavras que se utilizam em outras finalidades de educação, por exemplo, quando se vai capacitar alguém para uma nova competência, um novo emprego, uma atividade em especial, diferente das comuns que se realiza, uma nova necessidade dentro do mesmo emprego, para aprender o uso de uma nova máquina ou equipamento, para tanto se recorre a cursos de treinamento, novas técnicas, melhores propostas, melhores estratégias, etc.,
Com os cursos de treinamento, se dá a oportunidade de demonstrar ou adquirir capacidades, que, de qualquer forma servirão para a vida do indivíduo, além de demonstrar sua capacidade de assimilação do treinamento, e nisso se vê que a relação entre ensino e treinamento é direta.
O treinamento é educativo, sempre e desde que represente acréscimo ao ser humano e também lhe proporcionem diferentes habilidades que o façam capaz e útil, este enfoque pode e deve ser o que o professor busque na relação com seus alunos, buscando construir, treinando habilidades e capacidades.
O doutrinamento está relacionado com o ensino e o treinamento, já que o aluno é colocado frente ao professor para sua preparação, com o fim de educá-lo, fazendo com que ele se liberte, considerando-o não só como ser pensante, senão como ser prático, a quem foi dado intelecto, não apenas para investigar e conhecer a verdade pura e simples, mas também para orientar-se para a realidade e atuar na vida.
Talvez soe estranho falar de doutrinamento, por parecer que isso evoca práticas autoritárias, porém o enfoque que queremos dar é o raciocínio lógico, geralmente de memorização, que não chega a aprofundar ou fazer seu, qualquer conceito, não um método de que tudo seja aceito sem questionamento, sejam verdades ou falsidades, como fosse convicção religiosa, mas um de questionamento crítico, porém construtivo e edificante.
Existem teorias que põem o homem sobre diferentes pontos de vista, primeiro como uma máquina, que pode ser moldada ou dirigida de fora (mecanicista) e segundo como um organismo que se desenvolve por si mesmo em um ambiente propício e adequado (organicista). Estas teorias nos dão diferentes idéias da relação que deve existir entre o aluno e professor.
A teoria mecanicista no diz que a relação de professor-aluno na educação se apresenta como uma transação, e nesta o aluno tem carências e o professor tem vantagens. O professor é o que sabe, a autoridade, o “expert”, o guia, o instrutor, o animador na sala de aulas, o transmissor que busca os meios adequados para poder proporcionar os conhecimentos, a compreensão total e as habilidades necessárias para fazer possível o ensino, criando um ambiente de igualdade e respeito mútuo, estimulação e disciplina que o aluno deve receber e aproveitar todos os conhecimentos do professor por meio de diferentes atividades específicas como tarefas, jogos, exercícios, leitura, avaliações, etc., ele não tem nada para contribuir neste momento, mas muito que receber.
Na teoria organicista se diminue o conceito de transação e se aumenta o conceito de descobrimento. O professor continua sendo uma autoridade, mas já não é ele o expositor, mas também um consultor, supervisor, apoio para os alunos, estará dependente do que aconteça na sala de aula, será conselheiro e guiará o aluno pelo caminho, apoiando-o em suas habilidades e capacidades.
O aluno deverá construir seu melhor ambiente, descobrir o que tem a sua volta, formar diagnósticos com provas experimentais, verificar o que há em volta das coisas que está conhecendo, distinguir entre o que é positivo ou negativo nas situações que se lhe apresentam. A educação se apresenta já não como transação, senão como um processo contínuo de descobrimento.
Os alunos não se limitarão ao que o professor diga, senão que tomarão suas próprias decisões, se relacionarão com outros, cooperarão entre si e mutuamente aprenderão. Isto ajudará a que se de a tolerância e o respeito mútuo entre eles mesmos, a relação professor aluno, se tornará uma relação humana, uma em que o centro da ação e intenção é o respeito à dignidade da pessoa, ajudando isto a que eles mesmos descubram a natureza de seu mundo. O professor será supervisor, que regulará e apoiará as atividades dos alunos, realizará o processo educativo e fará que o aluno descubra o bem, surja o amor por este bem e trate de conquistá-lo.
Os papéis do professor e do aluno têm muita importância nas teorias mecanicista e organicista. Sempre se procura dar ao aluno uma educação e ensino, que melhore em todos os aspectos a sua volta e isto vai depender da participação que tenha em sua própria educação.
Do conceito que ele mesmo tenha do processo educativo, sua capacidade e da teoria que adote para ele dependerá que o aluno descubra a beleza do bem que está para adquirir, se adotar o mecanicismo, aonde se tem o conceito de um ser passivo, não permitirá a participação do aluno, o qual se dedicará a escutar e imitar, sem analisar nem questionar o que se exponha. Só responderá se for requerida a sua participação e não por inquietação própria.
Se o professor se inclina pelo organicismo o processo educativo se desenvolverá de maneira totalmente diferente, já que o aluno será partícipe do processo, participará de maneira individual ou conjunta, cooperará em todas as tarefas e a cada vez estará adquirindo o conhecimento, as habilidades e a compreensão.
O papel do aluno é muito importante, já que ele é uma das peças principais de um processo educativo, são indispensáveis sua atenção e interesse em adquirir os conhecimento e habilidades, deve haver necessariamente compromisso de sua parte, responsabilidade, honestidade, atenção e participação em seu próprio ensino e educação, se o aluno não assume a responsabilidade e compromisso de atender e entender o ensino este não se dará e menos ainda a educação.
O professor é outra parte do processo educativo, dependerá em muito da teoria que assuma como sua para iniciar a educação. Se assumir a teoria mecanicista agirá de forma autoritária, impondo seus conhecimentos e habilidades, proporcionando ao aluno experiências que o conduzam até a produção de idéias que o levem ao fim que persegue, moldará o comportamento do aluno sem dar-lhe oportunidade ou diálogo.
A teoria organicista se concentra no aluno, tende a aumentar a relação entre o professor e o aluno, considerando a participação do mesmo, aconselhando-o e supervisionando-o.
Um bom professor educa seus alunos para uma profissão, um professor fascinante os educa para a vida. Professores fascinantes são revolucionários. Ninguém sabe avaliar o seu poder, nem eles mesmos. Eles mudam paradigmas, transformam o destino de um povo e um sistema social sem armas, tão-somente por prepararem seus alunos para a vida através do espetáculo das suas idéias. (...) Os mestres fascinantes podem ser desprezados e ameaçados, mas sua força é imbatível. São incendiários que inflamam a sociedade com o calor da sua inteligência, compaixão e singeleza. São fascinantes porque são livres, são livres porque pensam, pensam porque amam somente a vida. (...) Seus alunos adquirem um bem extraordinário: consciência crítica. Por isso, não são manipulados, controlados, chantageados. Num mundo de incertezas, eles sabem o que querem. (...) Os professores fascinantes são promotores de auto-estima. Dão uma atenção especial aos alunos desprezados, tímidos e que recebem apelidos pejorativos. Sabem que eles podem ser encarcerados por seus traumas. Por isso, como poetas da vida, estendem a sua mão e mostram sua capacidade interior. Estimulam-nos a usar a dor como adubo para seu crescimento. Deste modo, eles os preparam para sobreviver nas tormentas sociais. O grifo é do autor. (CURY, 2004, p. 79,80).
Arranja seu entorno e lhe permite crescer desenvolvendo-se como pessoa, o atende sem se imiscuir com ele, o ajuda a aprender e não lhe impõe suas idéias. Cabe aqui a metáfora da horticultura aonde se compara o crescimento do aluno como o de uma planta, nesta o professor é comparado ao horticultor, o professor ajuda a acelerar ou dirige o crescimento do aluno, é o horticultor no seu caso, atende ao crescimento da planta.
Esta metáfora apresenta certas limitações, a intenção não é só o assunto do crescimento, na forma que é para uma planta, neste caso o professor se limitará a só proporcionar um ambiente propício e a finalidade da educação e formar o homem educado. O professor deve observar e conhecer como se estrutura a mente do aluno e, além disso, estará dependendo que saiba utilizar o aprendido e intervir em seu desenvolvimento.
O professor é responsável pela educação do aluno, por isso é necessária que haja uma relação especial entre eles, outra característica é que deve ter autoridade no que ensina e conhecer as considerações materiais e psicológicas que ajudem ao melhor progresso educativo do aluno, a autoridade é uma condição necessária para ser educador.
No ensino e na educação tanto o professor como o aluno tem que estar comprometidos para que o projeto possa ser levado a cabo. O professor supervisiona o aprendizado, se faz responsável e dirige sua autoridade no que ensina, já que de outra maneira não participaria da educação.
O aluno se compromete a respeitar a autoridade do conhecimento do professor e sobre tudo se esforça para aprender o ensinado.
Existem dois sentidos de autoridade no ensino: o primeiro é o que o professor representa a autoridade no que ensina, no conhecimento e a habilidades para transmitir o ensino e segundo em sua capacidade para controlar, dirigir e encarregar-se de um grupo, sendo este um aspecto muito importante já que o trabalho do professor se complica para conseguir seu objetivo se lhe faltar a autoridade para manter a disciplina dentro da sala de aula.
Ao professor cabe ser aquele que mantém a ordem e a disciplina na sala de aula, assim como, de maneira tradicional se considera o professor como aquele que mantém a ordem gerando o ambiente necessário para realizar o ensino e a educação.
O conceito de disciplina é importante na filosofia da educação embora seja complexo. Manter a disciplina em um grupo não é tão fácil, se deve impor ordem e isto ocasiona certas restrições; para manter a disciplina a conduta esta sujeita a regras e limitações. O professor é quem a deve impor nas atividades dos alunos.
Há três maneiras de para estabelecer a disciplina:
- As ameaças e força bruta; característica do professor tradicional.
- A disciplina interna do grupo; dá-se atividade em conjunto que requerem uma ordem e disciplina entre companheiros do próprio grupo.
- Exercer a autoridade sem aterrorizar o aluno, deve-se precisar neste ponto, dois conceitos de autoridade do professor: a autoridade formal, aquela que se dá por razões de posto, o qual lhe concede o direito a obediência. A autoridade prática é onde se tem a capacidade pra conseguir que o aluno obedeça a ordens.
Os diferentes tipos de autoridade conforme tenho observado, estão relacionados embora se deva levar em conta o seguinte: pode-se ter um posto que confere autoridade, mas ser ineficiente na ação de exercê-la, ou ter a capacidade de ser obedecido sem ter autoridade formal ou respaldo.
O ideal é que se tenham ambas e se descarte o uso de ameaças ou força, se o aluno obedece unicamente por ameaças não é autoridade, senão uso da força ou imposição. A autoridade prática se dá quando se consegue obediência sem recorrer as alternativas mencionadas acima, se não for assim é sinal de que não há autoridade prática. Quando se tem que usar a força e o poder o que permanece é a autoridade formal que se torna inútil.
Quando a autoridade usa a força, o que dizer do castigo. Este conceito é complexo já que está relacionado à educação. Como castigo se entender impor intencionalmente dor a quem comete ofensa. Castigo o impõe quem tem autoridade para faze-lo e deve ser de acordo com a ofensa, quando não for assim aplica-se castigo injustificado.
Também ocorre que às vezes o castigo é imposto por alguém diferente da autoridade, desta forma torna-se não autorizado. Autoridade, disciplina e castigo são termos intimamente relacionados com a educação-ensino. A educação significa transmitir conhecimento e habilidades por parte do professor ao aluno, de onde se supõe que o professor deve ter autoridade no que ensina e disciplina dentro da sala de aula, e o aluno deve ser organizado, atento, obediente e, sobretudo interessado em aprender.
É importante que o professor além de ter a autoridade formal tenha também a prática, se não for assim ainda que tenha o conhecimento seu grupo será um caos.
CONCLUSÃO
Após o término do trabalho foi possível fazer uma análise do que é ensino e educação, e o difícil conceito da disciplina, dando-nos conta de como e difícil educar e ensinar, como também o é, a busca de caminhos que nos permitam mudar o ensino – processo necessário para realizar as mudanças.
Entre os pontos mais importantes, para que o ensino aconteça o importante é saber que, deve haver alguém que queira aprender, que haja a disposição e inquietude que se faz necessária para atender e entender os conhecimentos e habilidades que se proporcionam, ponto sobre o qual estou de pleno acordo, um professor pode colocar tudo de si em seu ensino, mas se o aluno não cooperar, não tiver o interesse necessário, o ensino e a educação definitivamente não poderão obter seu êxito.
Outro ponto não menos importante, é que exista uma boa relação entre o professor e o aluno, sendo isto indispensável para que se leve a cabo e a bom termo o ensino, quantas vezes este aspecto nos ocorre no exercício profissional, que o aluno não tem a motivação suficiente para participar da aula por conta de uma má relação entre professor-aluno, aluno-professor.
É muito importante conhecer as diferentes teorias para o ensino; uma, onde somos autoritários, sem dar espaço aos alunos, sem permitir suas opiniões e suas idéias (mecanicista), ou a outra onde somos guias, companheiros e amigos dos alunos, sem chegar a imiscuirmos com eles (organicista).
Todos deveríamos seguir pela disposição natural que existe da parte do ser humano responder melhor quando é acariciado, respeitado e levado em conta. Observamos que é mais difícil impor do que trabalhar em equipe, colaborando com os alunos. Por experiência vejo que o ser autoritário distancia o aluno do professor e nosso trabalho torna-se mais duro e pesado, e isso nada contribui para o ensino e a educação.
Podemos e devemos manter presente que a disciplina é salutar e que sem ela é impossível que se consiga levar a bom termo o ensino e a educação, não obstante não nos cabe sacrificar nossos alunos com atitude de autoritarismo que os distanciarão, tornando impossível que cumpramos nosso sagrado dever que é ensinar e educar jovens que são em última análise o futuro a nossa frente e em nossas mãos.
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